sexta-feira, 13 de abril de 2012

Arte e habilidade recuperam a palhaEm uma movimentada esquina da Capital, artesã refaz assentos de cadeiras e outras peças, incentivando as pessoas a investirem no conserto

Marcelo Oliveira / Agencia RBSÉ numa das inúmeras esquinas movimentadas de Porto Alegre que Inês Fraga, 57 anos, devolve a beleza e o uso a muitas peças feitas em palha, como aprendeu com o pai, aos sete anos.
Quem passa pelo encontro da Avenida Independência com a Rua Ramiro Barcelos, de terça a sexta-feira, encontra, há 17 anos, Inês tecendo fios de palha, dando forma novamente aos assentos de cadeiras, guardas de camas, portas de roupeiros, entre outros móveis. As mãos vão tramando as peças na mesma velocidade em que a cidade se movimenta, sem que a artesã se perca entre o vai e vem dos fios.
Seguiu os passos do pai
- Faço um assento em duas horas e meia. Fico aqui mais para mostrar o serviço e para as pessoas saberem que existe conserto para esse tipo de móvel - conta a artesã, que vive em Viamão.
O pai de Inês, Valter Caetano Fraga, já falecido, ensinou aos 14 filhos o ofício com o qual sustentou a família durante muitos anos. Hoje, Inês e mais 11 irmãos desempenham a atividade na Capital.
- Meu pai era muito severo. Tínhamos cinco dias para aprender cada etapa do trabalho - revela. Além da empalhação, Inês e o marido, que é freteiro, também restauram, lustram e pintam móveis. A durabilidade de uma peça de palha, segundo ela, é de dez a 12 anos. Um assento de cadeira, por exemplo, pode custar a partir de R$ 80, se for feito com palha sintética. O material mais caro é a palha da Índia, natural.
- Vale a pena. Por ano, acho que eu faço umas mil cadeiras. É a palha que nos sustenta. Foi com ela que criei meus quatro filhos e comprei minha casinha.
Para contratar
- Quem quiser saber mais sobre o trabalho de Inês pode entrar em contato pelos telefones: 3493-3483 ou 9981-6775.
DIÁRIO GAÚCHO

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