terça-feira, 24 de abril de 2012

Apreensões de caça-níqueis aumentaram mais de 80% nos primeiros três meses de 2012 na Capital

A Polícia Civil está fechando o cerco aos contraventores na Capital. Nos três primeiros meses do ano, uma equipe composta por seis investigadores e um delegado, vinculados à Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, apreendeu 2.563 máquinas em casas clandestinas de jogos — número 83,6% superior ao registrado em igual período do ano passado, que finalizou o trimestre recolhendo 1.399 equipamentos.

O incremento das apreensões coincide com a criação de um grupo, coordenado pelo delegado Tiago Baldin, que tem a função exclusiva de reprimir a contravenção.

— Desde outubro, quando assumimos esta função, realizamos operações todos os dias — diz Baldin.

É consenso entre investigadores, delegados e promotores do Ministério Público que atuam na área criminal que a sensação de impunidade colabora para que jogo se revigore no país. Como se trata de um delito de menor potencial, ninguém vai preso operando uma casa de jogo.

Com a ação policial mais intensa, os contraventores têm cometido um outro crime para evitar prejuízos: cárcere privado. 

Em duas recentes operações, uma realizada no final da noite de segunda-feira e outra na sexta-feira da semana passada, a polícia localizou 16 pessoas presas dentro das casas durante a abordagem.

— Os contraventores apagam as luzes, desligam o ar-condicionado e mantêm pessoas presas esperando que a polícia não entre nas casas clandestinas. Mas nós vamos continuar fazendo as operações e apreendendo máquinas — avisa o delegado.

No submundo da jogatina, é comum apostadores, muitos viciados, colaborarem com os donos de casas nas batidas policiais mantendo-se em silêncio e até deitando no chão.

— Como as pessoas não querem que as casas sejam fechadas, acabam se prestando a este tipo de coisa — detalha uma promotora com larga atuação na repressão o jogo no Estado.

Na última sexta-feira, porém, a polícia descobriu a presença de 12 pessoas — a maioria idosas, algumas doentes — detidas num ambiente escuro e insalubre durante três horas. 

A nova tática dos criminosos também foi flagrada na segunda-feira, num estabelecimento clandestino da Avenida Azenha. Ao entrarem no local, os policiais depararam com quatro clientes em uma peça. 

Ação policial reprime ilegalidade 

Mais uma operação para coibir os jogos clandestinos foi realizada na Capital ontem no final da tarde. Concentrada na região do bairro Humaitá, na Zona Norte, a ação identificou em duas horas sete locais com a atividade ilegal, um deles uma fábrica de máquinas. 

Mais de 20 jogadores estavam nas casas e pelo menos e 36 equipamentos foram apreendidos. Os seis responsáveis assinaram um termo circunstanciado, mas não foram presos. Com um caminhão como suporte da operação, a busca policial se estenderia durante a noite, até que não houvesse mais espaço no veículo, explica o delegado Tiago Baldin, que tem a função de reprimir a contravenção. 

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