sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Loteamentos clandestinos têm até faixa para receber turistas na Capital


Na Estrada Antônio Severino, na Zona Norte da Capital, invasores de um terreno particular já estão prontos para a Copa do Mundo de 2014. Pelo menos de forma involuntária e até irônica.
Em uma das entradas da vila recém-formada, uma faixa de boas-vindas em português, inglês, espanhol e italiano serve de parede para o casebre improvisado. Está escrito lá: bem-vindo, welcome, bienvenido e benvenuto. É a segunda ocupação que ocorre no Bairro Rubem Berta em menos de dois meses.
Casinhas são padronizadas
No começo de agosto, uma reportagem do Diário Gaúcho revelou que a área invadida entre a Avenida Baltazar de Oliveira Garcia e a Rua Dr. Paulo Smania contava com 256 casebres. Onde havia barracas, ergueram-se casebres de madeira.
Tudo padronizado, do tamanho da construção à disposição das tábuas. Por sua vez, a ocupação da Antônio Severino já tem cerca de cem casas construídas embaixo de fios de alta tensão.
Famílias serão retiradas
Nos dois casos, a desocupação é uma questão de tempo. A Justiça já concedeu mandado de reintegração de posse para os proprietários.
No final de julho, o juiz da Vara Cível do Foro Regional Alto Petrópolis, Paulo de Tarso Carpena Lopes, emitiu decisão favorável ao proprietário do terreno na Baltazar, Valdir de Oliveira Silveira, embora outras duas pessoas afirmem ser posseiras do terreno. Um deles, Paulo Martins Garcia, 48 anos, ajudava na construção de uma moradia ontem. A proprietária de um ferro-velho é a terceira interessada.
- Tenho três escrituras que dizem que a área me pertence, por isto entrei na Justiça -explicou Paulo, que diz ter herdado parte da terra de seu avô.
BM fará a desocupação
Segundo informações do tenente-coronel Jéferson de Barros Jacques, do 20º BPM, o mandado de reintegração de posse da área na Baltazar deverá ser cumprido nos próximos dias. Novo advogado das famílias que ocupam a área, Décio Quadros da Silva revelou ontem que tentará obter uma liminar para cassar o mandado. O primeiro recurso apresentado pelo escritório de advocacia que defendia a causa foi indeferido (rejeitado) pela Justiça.
- É uma confusão, tanto que as escrituras do terreno estão em arquivo judicial. A propriedade foi obtida em processo de usucapião -explicou Décio.Loteamentos clandestinos têm até faixa para receber turistas na Capital Marcelo Oliveira/Agencia RBS

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