sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Foi uma violência que não se pode esperar de uma instituição do Estado", diz manifestante


A intenção era utilizar o tema da alegria e da felicidade para protestar contra o que consideram "a privatização dos espaços públicos" de Porto Alegre, em frente à prefeitura municipal. No entanto, a manifestação que iniciou ainda na tarde de quinta-feira acabou em confronto com a Brigada Militar e a Guarda Municipal. Como resultado, feridos e acusações de todos os lados.

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GALERIA DE FOTOS: Veja mais imagens do confronto

— Montamos um piquenique com dança, batucada, artistas populares, pintamos os rostos. Queríamos usufruir do espaço público como espaço de bem-estar, em um ambiente de democracia — relata o estudante de Ciências Sociais German Álvarez Alves, 24 anos.

Por volta das 23h, o grupo, que se organizou pelas redes sociais, se dirigiu ao Largo Glênio Peres, onde faria uma espécie de ciranda, cantando e dançando em torno do mascote da Copa do Mundo gigante ali instalado. Segundo Alves, o ato era simbólico para o protesto, pois o espaço teria sido vendido à iniciativa privada.

Veja vídeo feito por manifestantes durante o confronto:



— Não teria sentido depredar um mascote de plástico. A polícia começou a se exaltar e houve um exaltação mútua. Aí aconteceu uma violência indiscriminada do choque, com tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral, como se estivéssemos ali cometendo um crime. Foi uma violência que não se pode esperar de uma instituição do Estado. Não entendo porque posicionaram um efetivo tão grande em frente a um boneco — alega Alves, que também trabalha no setor de Saúde.

Depois que a manifestação estava dispersada, conta Alves, algumas pessoas teriam sido perseguidas pelos policiais. Já na Rua Uruguai, o estudante afirma que tentava conversar com agentes da Guarda Municipal para evitar novo confronto, quando teria sido atingido por um deles, observa:

— Ele tirou uma distância e acertou na minha cabeça. Fiquei tonto e caí no chão. Tive que fazer 11 pontos.

O comandante da Guarda Municipal, Eliandro Olveira de Almeida, confirma o princípio de confronto entre manifestantes e integrantes do órgão em frente ao Paço Municipal, pois algumas pessoas teriam tentado invadir o prédio. Conforme ele, não houve gravidade nem excessos por parte da Guarda.
Confira as imagens captadas das câmeras de segurança:


Grupo integrava protesto em frente à prefeitura
Os manifestantes integravam um grupo que estava reunido na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura, para um ato denominado “Defesa Pública da Alegria”. Organizado via rede social, o movimento critica a privatização de locais públicos e o governo do prefeito José Fortunati.
— Eles estavam provocando os policiais na manifestação na Praça Montevidéu. A BM ficou de fora, só observando. Eles arrancaram os gradis e começaram a derrubar o mascote. Foi uma atitude de afronta — afirmou o capitão da BM Euclides Neto, comandante da 1ª Companhia do 9º BPM.
Na confusão, o para-brisa de uma viatura da BM foi quebrado. O capitão relatou que alguns manifestantes apresentavam sinais de embriaguez. Pessoas que participaram do ato reclamaram da ação ostensiva da Brigada para reprimir o protesto.
— A ideia era só fazer uma ciranda ao redor do mascote — disse a jornalista Anelise De Carli, 22 anos, uma das manifestantes."Foi uma violência que não se pode esperar de uma instituição do Estado", diz manifestante Bruno Alencastro/Agencia RBS

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