segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mobilização contra reajuste da passagem de ônibus termina sem confrontos na Capital


Anunciada por um evento com mais de 4 mil presenças confirmadas em uma rede social, a mobilização de estudantes contra o aumento da passagem de ônibus em Porto Alegre tomou conta da Praça Montevidéu no fim da tarde desta segunda-feira.

Ao contrário da semana passada, porém, transcorreu em relativa tranquilidade, sem confrontos entre policiais e manifestantes — apesar da dimensão aparentemente maior. Próxima manifestação está marcada para as 18h de quinta-feira, em frente à Prefeitura.

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>> Confira imagens da mobilização no centro de Porto Alegre
 
Desde as 15h, quando o prefeito José Fortunati se reuniu com representantes da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Gaúcha dos Estudantes (Uges), a Guarda Municipal já guarnecia a porta principal da prefeitura. Por volta das 16h, a Brigada Militar começou a ocupar as ruas do entorno, com batalhão de choque e policiais à cavalo. 

A repercussão do tumulto ocorrido na manifestação anterior, na quarta-feira passada,quando pedras lançadas por manifestantes quebraram vidraças do prédio da prefeitura.
As primeiras faixas com palavras de ordem contra o valor de R$ 3,05 da passagem surgiram pouco antes das 18h, trazidas pelo estudante de Letras da UFRGS, Lucas Fogaça, que é militante da juventude do PSTU.

— Nós repudiamos a reunião realizada nesta segunda à tarde e não temos nenhuma expectativa de que seja cumprido o que foi prometido — disse Lucas.

Ele se referia às promessas do prefeito de promover um seminário aberto à população para esclarecer como é calculado o preço da passagem, além de permitir que estudantes façam parte da comissão para construir a nova licitação do transporte público.

Quando o relógio digital que fica em frente à prefeitura marcava 18h16min, apitos, cornetas, palmas e gritos de "Mãos ao alto, esse aumento é um assalto" marcaram o início da manifestação. Durante cerca de 20 minutos, os manifestantes ficaram na prefeitura, erguendo faixas, agitando bandeiras de partidos políticos como Psol e PSTU, e de movimentos estudantis. "Quem não pula quer aumento", gritavam. E pulavam.

Salvo algumas ovadas lançadas em direção aos jornalistas, entre eles o fotógrafo Ronaldo Bernardi, de ZH, a manifestação ocorreu sem tumulto até ali. Depois, a multidão seguiu em marcha pela Avenida Julio de Castilhos em direção à rodoviária, em destino não revelado previamente. 

A multidão ocupou o terminal localizado no Centro Popular de Compras, pichou ônibus e impediu que os veículos partissem do local. A mobilização teve fim por volta das 20h30min no Largo Zumbi dos Palmares.

Divergência estudantil

 
Fortunati e entidades estudantis se reuniram no Paço Municipal
Foto: Lauro Alves / Agência RBS

A razão principal do repúdio à reunião do prefeito com entidades não eram as promessas em si, mas o modo como foi conduzida. Uma representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) teria sido impedida de entrar no encontro.

— Havia uma listagem, todas as representações estudantis foram convidadas a indicar nomes para participar — justifica o tesoureiro-geral da Uges, Pedro Igor Chaves.

Informações de bastidores, porém, dão conta de que as lideranças estudantis presentes seriam de partidos da base aliada do governo, diferentemente do movimento que articulava o protesto marcado para o fim da tarde.
ZERO HORA
    Mobilização contra reajuste da passagem de ônibus termina sem confrontos na Capital Ricardo Duarte/Agência RBS

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